QUAIS OS RISCOS DE NÃO VISTORIAR AS COBERTURA EM MADEIRA?

Culturalmente no Brasil, as coberturas com telhas cerâmicas e elementos em madeira são soluções bastante difundidas e continuam a ser amplamente escolhidas em obras novas.
As coberturas das edificações precisam atender às exigências econômicas e estéticas, contudo é crucial reconhecer seus principais papéis, designadamente, a proteção dos edifícios contra as intempéries e o isolamento térmico.
No entanto, ao lidar com as estruturas de madeira, a atenção aos detalhes torna-se vital, uma vez que esta matéria-prima, para além da sua beleza exuberante, traz consigo alguns desafios que demandam um cuidado específico.
Apesar do grande histórico de construções de coberturas com madeira no país, a partir da década de 90, o que se notou foi a substituição da madeira pelo concreto armado.
Assim, com a ascensão desse material, a madeira foi perdendo espaço no mercado, resultando em menor interesse de engenheiros nessa especialidade. Consequentemente, verifica-se, no atual cenário, uma escassez de mão de obra especializada no canteiro de obra.
Todos esses fatores, associados ao fato de que a madeira é um material natural, higroscópico e anisotrópico, gera um grau elevado de complexidade. Se já não fosse suficiente, são diversos os agentes que podem degradar este material, portanto, a vistoria é indispensável nas estruturas de madeira.
Os agentes que degradam a madeira têm duas principais origens – biótica ou abiótica – sendo os mais comuns, nas coberturas, os de origem biótica, como insetos (abelhas, cupins, brocas e formigas), fungos e bactérias.
Por outro lado, os agentes abióticos também geram risco ao material, podendo ser um agente físico (remoção de elementos estruturais, movimentos e outros…), químico (corrosão em ligadores), atmosférico e meteorológico (ação de luz ultravioleta, intemperismo, danos por inchamento e retração da madeira) e até devido ao fogo.
Estes agentes atuam de formas diferentes na madeira, podendo ser apenas um problema estético em um primeiro momento. No entanto, alguns deles geram consequências ainda mais graves. Posso citar, a nível ilustrativo, a variação do teor de água que, a princípio, pode gerar apenas variações dimensionais, passando suas consequencias despercebidas pelos usuários.
Outro exemplo é o ataque de xilófagos, insetos que recebem este nome por terem como principal alimento a madeira (do grego: xylon= madeira; phagein= comer). Os xilofogos podem ser, como já citado, cupins, abelhas ou até formigas, e variam seu comportamento, seus hábitos e ambiente propicio ao ataque.
Assim, visto que as coberturas, por vezes, são espaços pouco visitados pelos usuários das edificações, estes insetos podem circular livremente sem serem notados, gerando uma perda de seção da estrutura. Este dano tem como prognóstico a perda de rigidez dos elementos e pode afetar a segurança da estrutura como um todo.
De uma forma geral, qualquer agente, seja ele abiotico ou biotico, tem potencial para degradar a madeira, diminuindo a sua capacidade portante, a rigidez e expondo-a a novos agentes degradadores.
A boa notícia é que todos os agentes deixam vestigios de seus ataques e a madeira também apresenta sinais de suas perdas de capacidade portante. Com isto, o olhar atento de um profissional capacitado fará toda a diferença em uma análise, além de gerar segurança ao usuário com economia, num provável reparo/reforço.
Logo, pensando no bem-estar, na economia e, principalmente, na segurança dos usuários das edificações, a manutenção preventiva e a vistoria são atitudes básicas. Por isso, incentivamos você a seguir o nosso blog para estar sempre atento as questões das edificações. Em breve, abordaremos mais sobre as manifestações patológicas, formas de diagnóstico e tratamentos nas estruturas de madeira.

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